quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MIGHTY JOE YOUNG


Mighty Joe Young é um filme de 1949 lançado pela RKO Radio Pictures, e feito pela mesma equipe que fez King Kong (1933).
Foi escrito por Merian C. Cooper e Ruth Rose (roteiro), e dirigido por Ernest B. Schoedsack.
Em termos mais simples, essa é a fabula sobre uma menina e seu gorila de estimação e como toda fabula tem uma moral em algum ponto.
O filme conta a historia de uma jovem chamada Jill Young interpretada por Terry Moore que vive com o seu pai em uma fazenda na África, eles tem um gorila gigante de 3 metros de altura chamado Joe que acaba sendo descoberto por um proprietário de uma boate louco por dinheiro chamado Max O´Hara (Robert Armstrong) e que acaba levando o gorila gigante para Hollywood. O filme é co-estrelado por Ben Johnson como Gregg em seu primeiro papel importante no cinema. O filme teve efeitos especiais de Willis O`Brien.


Willis O`Brien não foi o único a usar a técnica em stop-motion, mas foi o mais famoso em usar essa técnica em filmes, ele foi o responsável pela criação e animação de King Kong e foi o supervisor de efeitos especiais em Mighty Joe Young, embora segundo alguns relatos a maioria da animação foi feita por seu sucessor Ray Harryhausen.



É o único filme em que Willis O`Brien e Harryhausen colaboraram juntos com o trabalho de efeitos especiais.
Pode se dizer que este filme representa uma mudança de guarda da primeira metade do século 20, pois enquanto O`Brien  continuava a trabalhar na área de efeitos especiais em toda década de 1950 ele começou a ficar ofuscado por Harryhausen que começou a usar uma técnica mais aprimorada no stop-motion superando seu mestre.
Os modelos de Mighty Joe Young foram feitos pelo mesmo construtor de King Kong, Marcel Delgado que seguiu o desenho feito pelo próprio Harryhausen. E as animações são muito mais sofisticadas do que em King Kong, como gestos mais sutis e ate mesmo alguns elementos cômicos.

Como a cena de perseguição em que Joe esta andando na traseira de um caminhão em alta velocidade e ele cospe em seus perseguidores.
E apesar do filme ter maior sofisticação técnica, apresenta alguns problemas sérios de escala assim como em King Kong.
Ray Harryhausen atribuiu esses problemas ao produtor Merian C.Cooper, que insistiu que Joe parecesse maior em algumas cenas para o efeito dramático.
Pode se dizer também que Joe é a ultima parcela no que se poderia ser chamado vagamente de trilogia do macaco da RKO, pois os três filmes sobre gorilas foram dirigidos por Ernest B. Schoedsack e produzidos por Merian C. Cooper.

Mighty Joe Young não foi muito bem nas bilheterias, mas se tornou um pequeno clássico. Artistas de efeitos especiais consideram muito bem elaboradas as sequencias em animação stop-motion do resgate no orfanato e a consideram uma das melhores sequencias em stop-motion da historia do cinema.



O filme ganhou o Oscar de melhores efeitos especiais visuais.

Em 1998 foi feito um remake com Charlize Theron no papel de Jill Young e Bill Paxton como Gregg. Já Joe em vez de ter sido feito por uma marionete para animação stop-motion foi feito por animação de computação gráfica (CGI).




MARCEL DELGADO - O Homem que Fazia Monstros


Marcel Delgado (16 de janeiro de 1901 Coahuila, México – 26 de novembro de 1976 Los Angeles, Califórnia), foi um escultor e fabricante de miniaturas e modelos.
Sua técnica revolucionou a animação em stop-motion na industria cinematográfica.
É mais conhecido pelo seu trabalho e colaboração no mais famoso e inovador filme de ficção e fantasia, King Kong de 1933.

Antes de Delgado, parte dos modelos de movimento eram normalmente feitos de barro que era difícil de fazer a adaptação entre os disparos fotográficos. Delgado construiu um esqueleto para seus modelos. Estes esqueletos eram feitos de alumínio dural para ter leveza, e que foi então coberto com espuma de borracha ou pano de algodão e coberto com látex para servir como pele deixando seus modelos mais naturais e com um visual mais realista e tornando mais fácil lidar e mover com eles.
As vezes ele também incorporou uma bexiga inflável que ajudava a simular respiração.

Marcel Delgado nasceu em uma pequena aldeia chamada La Parrita que era perto da fronteira próximo a Laredo, Texas, seus pais eram Francisco Sevalles e Francisca Medina Delgado. Ele também tinha duas irmãs mais velhas e mais cinco irmãos.
Marcel começou a esculpir aos 5 ou 6 anos após assistir por horas em vários dias um homem que esculpia estatuas de santos para vende-las. Ele se inspirou no que viu e ia a um rio para fazer figuras de argila e pequenos modelos. Isso foi logo na virada do século e ninguém foi a escola, ele sempre fez seus próprios brinquedos com latas, carretéis e qualquer coisa disponível.
A família Delgado se mudou para a cidade de Saticoy, Califórnia nos Estados Unidos em 1910 quando ele tinha 9 anos de idade fugindo da revolução Mexicana, e como sua família era muito pobre ele trabalhou a maior parte do tempo na colheita de frutos e campos de  feijão. Começou a ir a escola quando tinha 10 anos, mas durante a estação de nozes acabou deixando a escola para trás.
Quando voltou para a escola os outros estavam muito adiantados, mas mesmo assim estava muito ansioso para aprender, mas teve que parar quando tinha quatorze anos porque seu pai morreu, e teve que trabalhar para ajudar a família.
Ele nunca passou da sétima serie, não falava inglês até 1917. O preconceito contra os Mexicanos foi muito ruim, então ele teve que lutar todos os dias.
Em 1921 ele se mudou com sua família para Los Angeles e dividiu seu tempo trabalhando como balconista em um supermercado durante o dia, e tendo aulas de arte no Instituto de Artes da Otis a noite onde também teve um emprego em tempo parcial como monitor para pagar suas aulas.

Foi nesse tempo enquanto trabalhava no Instituto que ele conheceu Willis O`Brien que trabalhava fazendo efeitos especiais para os filmes de Hollywood.
O`Brien era um especialista na construção e desenvolvimento de criaturas em miniatura e também em animação stop-motion.
O`Brien presumivelmente tinha ido para ao instituto para estudos e provavelmente para encontrar um ajudante.
E ficou impressionado com o trabalho de Delgado, e uma noite ele perguntou: “você não gostaria de trabalhar em filmes?”, e tentou leva-lo para trabalhar com ele em varias ocasiões e oferecendo quatro vezes mais do que o salário que Delgado estava ganhando no momento.
Mas Delgado sempre dava a mesma resposta: “Eu não quero trabalhar no cinema, eu quero ser um artista”.
Quando O`Brien estava preste a enfrentar o maior desafio de sua carreira com o filme O Mundo Perdido, ele resolveu fazer uma ultima tentativa para conseguir a ajuda e os serviços do jovem escultor Mexicano. O`Brien o convidou para passar um dia no First National Studio onde ele estava trabalhando. Ele andou em todos os lugares com Delgado lhe mostrando tudo e logo depois o levou a uma oficina onde ele fazia o trabalho de todas as miniaturas. E quando Delgado viu aquilo tudo e ficou impressionado, e O`Brien lhe disse “Bem vindo ao seu estúdio, gostou é todo seu”, e Delgado espantado perguntou: “meu estúdio?”, e O`Brien disse:”É seu se você quiser!”. E finalmente o sonho se tornou realidade, e Delgado aceitou trabalhar com O`Brien apenas para ser capaz de trabalhar naquele lugar. O sonho de um menino, ele só tinha 21 anos de idade.
Anos depois Delgado disse que a área de trabalho era um lugar limpo, grande e organizado com câmeras, luzes e todos os tipos de materiais. Era o sonho de qualquer artista.
Para se inspirar mais ainda Delgado foi atrás das pinturas de Charles R. Knight, o pai da moderna restauração paleontológica que trabalhou para o Museu Americano de Historia Natural. E em virtude dessa relação com os paleontólogos do seu tempo as pinturas de Knight eram tão precisas como a ciência poderia faze-los no momento, e isso funcionou e foi o caminho para desenvolver os dinossauros de O Mundo Perdido.
Os modelos feitos por Delgado foram de 49 ou 50 no total e foram exatas representações tridimensionais das pinturas de Knight, e herdou sua precisão.
Os dinossauros de O Mundo Perdido permanecem até hoje como os mais precisos já vistos em um filme baseados no que a ciência sabia na época.
Depois de O Mundo Perdido, Delgado ficou trabalhando no departamento de adereços da First National Pictures, acerca de dois anos, até que foi comprada pela Warner Brothers e acabou sendo despedido.
Ele então foi para a Fox e lá continuou a construir miniaturas e adereços e fez trabalhos para vários estúdios até que um dia por volta de 1930, O`Brien o chamou mais uma vez para fazer dinossauros para um filme da RKO chamado Creation. Ele trabalhou por um tempo, mas o projeto foi arquivado depois de quase um ano de trabalho. Algumas cenas foram filmadas, mas ele nunca leu o roteiro e nunca soube do que se tratava. Então eles mudaram e agora seria para ele trabalhar em um filme de ficção cientifica que se tornaria um clássico de todos os tempos, King Kong.

Marcel Delgado disse que Merian C. Cooper queria que O`Brien usasse um macaco de verdade e depois fizesse que ele parecesse que tinha quarenta metros de altura, mas O`Brien preferiu fazerem animação e pediu a Delgado que fizesse um Kong que fosse quase humano. E fizeram vários testes varias vezes para conseguir o que Cooper queria.
Em Kong foi usado vários animais que tinham sido feitos para Creation, como o Tiranossauro, o Brontossauro, o Triceratops e o Arcinoitherium.
Também foram feitos seis Kongs e os esqueletos foram feitos de alumínio dural e cobertos com pele de coelho.
Delgado disse que nunca ficou satisfeito com isso, pois as impressões dos animadores apareciam, pois toda vez que moviam Kong para animá-lo o pelo se movia, e é por isso que no filme o pelo de Kong se meche tanto. Mas em compensação fez músculos que reagiam e por isso seus animais pareciam vivos.

Depois com o sucesso de King Kong Delgado ficou com O`Brien trabalhando em sua seqüência, Filho de Kong também de 1933. Delgado disse que foram usadas três armaduras de King Kong para o filho de Kong e usaram também o brontossauro e uma mão grande que foi usada em Kong, já o réptil gigante que aparece entrando no templo e luta com o pequeno Kong foi inventado e feito para esse filme, pois O`Brien lhe disse para apenas criar algo novo que ninguém tivesse visto antes, e o monstro marinho foi a mesma coisa.   
Depois disso ele ficou na RKO e trabalhou em outros filmes como os últimos Dias de Pompéia de 1935, no qual ele fez alguns peixes mas por algum motivo nunca foram usados, e em Cidadão Kane de 1941.
Delgado e O`Brien trabalharam juntos por muitos anos e logo se tornaram uma das mais respeitadas equipes de efeitos especiais em Hollywood.
Em 1939 ele foi trabalhar na MGM (Metro-Goldwyn-Mayer) com O`Brien em War Eagles que Cooper esta indo fazer.
Ele fez um spearman montando uma águia gigante e atirando uma lança em um Tiranossauro. Ele nunca soube porque o filme não foi terminado, pois eles gastaram muito tempo e dinheiro com isso.
A sua mais famosa e inovadora colaboração com King Kong fez com que ele refinasse suas técnicas em 1949 com Might Joe Young, que ganhou um Oscar de melhores efeitos especiais (concedidos a O`Brien).
Mighty Joe foi seu melhor macaco e tinha entre 45 a 46 centímetros de altura e a pele foi feita de bezero pois ele pediu que não fosse de cerdas como o pelo de coelho de Kong. O que é visto no cabo de guerra era 4 centímetros menor e Delgado queria muito levá-lo de lembrança mas alguém o roubou.
Ele também fez algumas pessoas em miniatura e dois cavalos também em miniatura que foram usados na cena em que os cowboys tentam laçar Joe, e na cena também tinham cavalos de verdade na maio parte, mais tinha que ter dois em miniatura para jogar as cordas em Joe no primeiro plano. Delgado disse que os cavalos eram lindos e não dava para dizer no filme que eles eram miniaturas, e que também fez as roupas muito detalhadas para os cowboys.
Ele também disse que um dia estava assistindo a Joe na TV, e essa foi a primeira vês que ele pensou que um dos seus animais parecia vivo. E que Joe também era melhor que King Kong e que teria feito Kong diferente se ele pudesse ter projetado a armadura.

Delgado também fez trabalhos em miniatura para os filmes Guerra dos Mundos (1953), 20,000 Léguas Submarinas da Disney (1954) também fez a fantasia do cachorro do filme da Disney The Shaggy Dog (1959), trabalhou na Adventureland na Disneylândia, fez os balões e dirigíveis para o filme Máster of the World (1961) e tambem fez os monstros para Jack the Giant Killer (1962), mas fizeram algumas mudanças neles então pediu para que seu nome fosse retirado dos créditos. Delgado disse: “Obie jamais me pediu ou fez alguma mudança de qualquer tipo, e ele era o mestre!”.

Ele fez também dinossauros para o filme Dinosaurus! (1960), De Jack Harris um produtor barato que lhe pediu um Tiranossauro e um Brontossauro

Fez todos os homens na escada, também os edifícios e árvores de It`s a Mad, Mad, Mad World (1963).
Com 65 anos Delgado se aposentou e teve mais reconhecimento do que no tempo quando estava trabalhando e fez vários discursos para fãs em varias convenções.
Delgado disse que vários fãs estavam tentando pedir as pessoas de Hollywood para colocar seu nome na calçada da fama na Hollywood Boulevard.
Ele nunca perdeu qualquer momento e trabalhou em vários estúdios por 43 anos e se aposentou em 1966.

Morreu em 26 de novembro de 1976 em Los Angeles, Califórnia.  



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O FILHO DE KONG (1933)




A historia começa Um mês após o final dramático do filme King Kong, e continua as aventuras de Carl Denham (interpretado novamente por Robert Armstrong), que esta envolvido agora em muitos processos devido a seqüencia de mortes e destruição provocada por Kong. Todas as pessoas que Kong matou e feriu todos os proprietários lhe exigem indenizações, e os donos do teatro e os que investiram em publicidade.

Denham se lamenta pelo dano que fez e se sente arrependido por Kong ter morrido, pois devia tê-lo deixado em sua ilha.
Ele se encontra com o Capitão Englehorn o Capitão do “Venture”, que lhe diz que podem ir para a prisão por 10 anos, pois também esta metido nisso. E que o navio ainda é dele e ainda não o embargaram, por isso devem partir.  
Ele deixam Nova York com uma pequena tripulação na tentativa de ganharem a vida levando cargas ao sudeste asiático. Pois há centenas de portos pequenos onde os barcos grandes.

Seus esforços para fazer dinheiro através de transporte marítimo ao redor do oriente é muito bem sucedido, assim passam por Colombo, Singapora e outros. Mas ao chegarem no porto de Dakang a procura de algum carregamento eles aproveitam e assistem uma apresentação de um famoso Show Internacional de Petersen, com macacos músicos, focas e uma bela jovem cantora chamada Helene (Helen Mack).

Após o show o pai de Helene se encontra com um homem e os dois começam a beber, nisso ele se desentendem e o homem derruba o pai de Helene que desmaia e acaba derrubando um lampião causando um incêndio. O homem foge Helena que estava dormindo acorda e retira seu pai que infelizmente morre em seus braços.
No outro dia ela encontra o Homem e o acusa se ter matado seu pai pois ele levou um golpe na cabeça e não se queimou. 

Nisso Denham e o Capitão encontram em um bar, Nils Helstrom (John Marston) o antigo Capitão Norueguês que vendeu a Denham o mapa para a Ilha da Caveira, ele pede para eles o levarem, pois perdeu o seu barco quando bateu em um recife e pede para leva-lo para algum porto fora da Holanda, mas o Capitão diz que não pode pois teriam que voltar para sair da jurisdição Holandesa e não podem atravessar o indico com um passageiro.
Nisso ele pergunta a Denham se quando ele levou Kong da ilha se ele também levou o tesouro, se o encontrou. Denham diz que nunca ouviu falar dele. Então ele lhes diz que existe um tesouro na ilha deixado pelos indígenas que construíram a grande muralha.  eles acreditam nele e concordam em retornar a ilha. Na verdade Helstrom esta mentindo só para assim eles o levarem para outra jurisdição, pois ele causou a morte do pai de Helene.
Denham fica preocupado com Helene e vai ver como ela esta antes de partir e ela pede para ir com ele, mas ele diz que não pois será uma viagem longa e não passaram em nenhum porto onde possam deixá-la. Ele lhe da um dinheiro para que ela compre uma passagem para onde quiser.

Pouco tempo depois quando eles partem para a Ilha da Caveira o Capitão Helstron começa a cochichar com a tripulação sobre os 12 marinheiros que morreram na ultima viagem à ilha e que se ele fosse o capitão não deixaria a tripulação exposta ao perigo. Helene é encontrada a bordo do Venture como clandestina.
Ela se assusta ao ver Helstrom, mas não diz nada, e ele também reage com surpresa e desconfiança.
Quando o Venture chega proximo a Ilha da Caveira Denham o Capitão e Helene são presos pela tripulação que fazem um motim liderados por Helstrom.
Helene diz que Helstrom matou o seu pai e nisso ela é colocada com Denham, Charlie o cozinheiro (que também participou da capitura de Kong) e o Capitão em um bote sauva-vidas.
Helstrom acaba sendo jogado fora do navio quando começa a dar ordens achando que seria o novo capitão e é socorrido por Denham e os outros.que logo se dirigem para a ilha.
Ao chegarem a praia uma lança é jogada perto deles e logo são recebidos pelo indígenas e o chefe diz que sua aldeia foi destruída e que sua gente foi morta por culpa deles que levaram Kong. O capitão diz ao chefe que não os ataque, pois eles venceram Kong e que eles ainda são grandes guerreiros.  Denham diz para saírem dali e encontrarem outro lugar para desembarcarem.
Eles partem com o bote para o outro lado da ilha e encontram uma passagem dentro de uma caverna. os outros ficam no bote enquanto Denham e Helene  exploram o local atrás de uma saída e encontram o descontraído e albino Kiko ( Kiko é um nome usado na produção, mas nunca é falado no filme, ele é referido apenas como pequeno Kong e por Denham como Baby) o filho de Kong que é retratado como consideradamente menor do que King Kong, mas mesmo assim é o dobro do tamanho de um homem.
Ele esta atolado na areia movediça e não consegue sair. Denham e Helene resolvem ajuda-lo,. Denham empurra um tronco perto de Kiko que consegue sair e vai embora.
Os outro logo em seguida chegam e Denham diz ao capitão que acredite ou não, mas há um pequeno Kong, e que ele deve medir uns 3,5 metros de altura.
E em vez de resolver, arranjou um problema, pois sentiu que devia isso a sua família.
E o capitão diz que Denham realmente esta sentindo remorso pelo que fez a King Kong. E lhe pede para que em nenhuma circunstância mencione o pequeno Kong a Helstrom.
Logo em seguida eles encontram um templo e denham deduz que talvez o tesouro esteja escondido ali, mas esta bloqueado com um grande portão de pedra.
O capitão Englehorn, o cozinheiro Charlie e Helstrom ao procurarem frutas são atacados por um Estiracossauro que os perseguem e os fazem ficarem presos em uma pequena caverna.
Num outro ponto Denham e Helene são atacados por um Urso gigante que os faz ficarem sem saída em frente ao templo, nisso o pequeno Kong escuta os gritos de Helene e vem para ajuda-los e trava uma luta com o grande Urso negro (nessa cena podemos ver a total criatividade e talento de Willis O`Brien no desenvolvimento da ação na animação stop-motion), que acaba sendo posto para correr após levar varias pancadas com um tronco de árvore pelo pequeno Kong que acaba ficando com uma farpa presa no dedo.
Denham diz que o pequeno Kong é um grande lutador igual ao seu pai. Helene vê que ele esta ferido e acha que ele estava os ajudando como agradecimento, mas Denham não acredita.
Eles resolvem tirar a farpa do seu dedo e fazem um curativo. Denham começa a falar ao pequeno Kong que foi ele que jogou as bombas de gás e levou King Kong para Nova York acorrentado, e que se lamenta por ter feito isso.
Helene fica querendo comer alguns cocos, e ao ver que Denham não consegue pegar, o pequeno Kong vai em direção ao coqueiro e o balança fazendo cair vários cocos.
Os dois fazem uma fogueira numa parte alta da montanha acima do templo, enquanto são vigiados pelo pequeno Kong que se escondeu atrás do morro perto de onde eles estão.
Ao amanhecer o capitão Englehorn e os outros saem da caverna, pois o Estiracossauro foi embora. Eles então saem à procura de Denham e Helene que nesse momento estão tentando abrir a grande porta de pedra do templo e acabam tendo uma ajuda do pequeno Kong que derruba o portão e abrindo uma passagem que os levam ao tesouro da ilha que apesar de Helstrom ter mentido e inventado toda a historia, o tesouro é realmente encontrado. De repente um dinossauro de pescoço longo entra no templo e os ataca, mas acaba sendo morto pelo pequeno Kong.
O capitão chega com os outros e Helstrom desesperado diz a Denham que perderam as duas armas e que não podem ficar ali e que devem voltar ao bote. Denham lhe diz que encontrou o tesouro, e Helstrom diz que não havia nenhum tesouro pois disse aquilo para poder sair de Dakang, pois não existe nenhum tesouro, e que eles devem sair dali.
De repente o pequeno Kong sai do templo ao vê-lo Helstrom se assusta e sai correndo de volta para a caverna aonde esta o bote. Os outros vão atrás dele enquanto Denham volta para pegar o resto do tesouro.
Ao chegar no bote Helstrom acaba sendo pego e comido por um Elasmossauro que sai de dentro da água. E logo em seguida quando os outros chegam começa um terremoto que faz a passagem toda desabar.
Em outro ponto da ilha os indígenas se desesperam e alguns acabam caindo em fendas que se abrem no chão. Tudo começa a desmoronar e uma grande tempestade se forma com muita chuva e vento forte. O templo começa a desmoronar e Denham e o pequeno Kong ficam presos. Os outros conseguem sair com o bote de dentro da caverna e a ilha começa a afundar.
Dentro do templo começa a entrar água e o pequeno Kong ajuda Denham a subir a parede e sair por um buraco no auto do templo. Ao saírem eles ficam sem saída pois toda a ilha esta submersa e só aonde eles estão é que ainda esta fora da água mas afundando lentamente.
No bote Helene consegue vê-los e vão em direção a eles, o pequeno Kong continua ajudando Denham o levando para a parte mais alta quando de repente o chão se abre fazendo que o pequeno Kong fique com o pé esquerdo preso. Denham tenta ajuda-lo mas não consegue. Tudo começa a afundar e na tentativa de salvar Denham o pequeno Kong o pega e o levanta a cima de sua cabeça.
O bote chega e conseguem salvar Denham que estava sendo segurado só pela metade do  braço do pequeno Kong que estava para fora da água e ao se afastarem o braço afunda de vez.
Eles ficam a deriva a noite toda e ao amanhecer são resgatados por um navio. Mais tarde Helene vai atrás de Denham e lhe pergunta se ele esta bem e no que esta pensando, e ele fala  que esta pensando no pobre pequeno Kong.
Nisso ele pergunta se ela acha que o pequeno Kong sabia que estava salvando a vida dele. Ela diz que sim e aproveita para perguntar se quando regressarem, se ele se despedira dela e ele diz que sim mas que ela não se preocupe pois repartira o tesouro em quatro partes.
Então Helene pergunta se não poderiam dividi-lo em três partes, um terço para o capitão, um terço para Charlie e um terço para ela e ele juntos pois ela quer ficar com ele. Ela pergunta se isso é bom, e ele diz que esta bem e se abraçam.

Fim     




Dirigido e produzido por Ernest B. Schoedsack  
Produtor executivo Merian C. Cooper
Escrito por Ruth Rose
Musica de Max Steiner      
Edição Ted Cheesman
Distribuído por RKO Radio Pictures
Lançamento 22 de dezembro de 1933
Tempo de duração 69 minutos
Pais Estados Unidos
Idioma Inglês


Estrelando

Robert Armstrong como Carl Denham
Helen Mack como Hilda (nome dado apenas nos creditos de abertura pois ela é conhecida como Helena no filme)
Frank Reicher como capitão Englehorn
John Marston como Nils Helstrom
Victor Wong como Charlie
Edward Brady como Red
Noble Johnson como chefe nativo (não creditado)
Steve Clemente como Witch Doctor (não creditado)
Clarence Wilson como o pai de Hilda (não creditado)
Kathrin Clare Ward como a Sra. Hudson (não creditado)


Criaturas

Kiko (ele é conhecido por esse nome apenas por fãs) filho albino de Kong, que tem metade do tamanho dele e é muito mais amigável.
Acaba se afogando quando a Ilha da Caveira é destruída por um terremoto e afunda, mas consegue salva Denham primeiro.

Estiracossauro persegue o Capitão Englehorn, Charlie e Helstrom na selva ate uma caverna e destrói uma arma.

Urso da Caverna persegue Denham e Helene antes de serem salvos por Kiko.

Dino dragão estranha criatura reptiliana que se assemelha a um grande protorossauro, ataca Denham, Helene e Kiko logo depois de encontrarem o tesouro no templo. Acaba sendo morto por Kiko.

Elasmossauro devora Helstrom quando ele tenta escapar usando o bote.

Curiosidades

O filme foi produzido e lançado ainda em 1933, para aproveitar o sucesso de King Kong. Um fato interessante é que em 1933, quando foi lançado o filme, gorilas albinos eram desconhecidos no mundo, e só em 1966 que foi descoberto e capturado, na Guiné Equatorial o primeiro e único gorila albino do mundo já com 3 ou 4 anos de idade e recebeu o nome de Floquet de Neu / Floquinho de Neve, que viveu até 2003 no Zoologico de Barcelona.









quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O FILHO DE KONG



O filho de Kong (Son of Kong) é um filme de aventura, ficção e fantasia produzido pela RKO Pictures em 1933.
Foi dirigido por Ernest Schoedsack e teve os efeitos especiais feitos por Buzz Gibson e Willis O`Brien. O filme foi uma seqüência direta de King Kong que foi lançado apenas nove meses antes, e foi estrelado por Robert Armstrong, Helen Mack e Frank Reicher.
A roteirista Ruth Rose intencionalmente não fez nenhuma tentativa de fazer um filme serio sobre a lógica de que não poderia ultrapassar o sucesso de King Kong.
Ela disse “Se você não pode aumentar, então faça o filme mais divertido.”
Já o ator Robert Armistrong disse que preferiu o segundo filme, pois o caráter de seu personagem Carl Denham foi mais desenvolvido.
No roteiro foi caracterizado cenas de guerra entre tribos e um estouro maciço de Dinossauros durante a tempestade provocada por um ciclone e o terremoto que afunda a Ilha da Caveira no final do filme.
Tentaram utilizar os modelos de dinossauros que tinham sido construídos para Creation (1931), mas infelizmente essas seqüências nunca foram filmadas devido ao orçamento apertado e o cronograma das filmagens. Sendo que os modelos foram mais utilizados em King Kong.
Mas teve alguns modelos que foram usados em King Kong que também foram usados em O Filho de Kong, como por exemplo, a armadura de face longa do Kong que é visto derrubando o tronco e na seqüência da luta com o Tiranossauro também foi usado para fazer o corpo do pequeno Kong.


E é o único modelo conhecido da armadura de Kong que ainda existe, e atualmente pertence ao historiador de cinema e colecionador Bob Burns.


E o Brontossauro visto no ataque a balsa e na perseguição pela floresta em King Kong também aparece e foi usado também na cena do mar quando a Ilha da Caveira esta afundando no final do filme.
A animação em stop-motion feita por Willis O`Brien não foi tão extensa como em King Kong, mas é notável a seqüência onde um Estiracossauro persegue os exploradores na selva.
O modelo original do Estiracossauro atualmente pertence ao diretor Peter Jackson que fez a refilmagem de King Kong em 2005.

sábado, 13 de agosto de 2011

O Mistério Da Sequência Da Aranha No Poço



O poder da historia de King Kong nunca diminuiu, mas o conteúdo de King Kong tomou muitas formas desde que a sua produção iniciou em 1932.
Cenas foram criadas e cortadas, foram perdidas e achadas por uma variedade de motivos: financeiros, criativos e políticos.
Algumas das mudanças mais prejudiciais ocorreram cinco anos após a estréia de King Kong.
Em 1938, cinco anos depois do seu lançamento original quando King Kong foi relançado à administração do código de produção ficou preocupada. Rasgar as roupas de Fay Wray foi considerado como um estupro ou algo assim e cheirar suas roupas não foi considerado de bom gosto.

Eles basicamente pegaram suas tesouras e disseram: ”O que funcionou em 1933 não serve mais, somos muito mais sofisticados hoje e não achamos que o publico deva ver isso”.

Primeiramente, estavam preocupados com a violência do filme. Kong derruba dois nativos do andaime com um pau e então pegar um deles e o coloca na boca. E em outra cena ele esta pisando e esmagando outro nativo no chão. E também a seqüência em que ele procura por Fay Wray no prédio. Ele pega outra moça e a segura de cabeça para baixo vê que não é Fay, então a solta e ela cai e morre.

São uns quatro minutos e meio de material. Tem muita coisa que foi cortada do filme que achavam que estava perdida por anos, por décadas.

Aquelas cenas se tornaram um tipo de Santo Graal do cinema. E por muito tempo, a versão censurada de 1938 era a única coisa que havia sobrevivido. E incrivelmente foi descoberta, nos anos 60 ou 70. O homem que cortou fora aquelas cenas as levou para casa. E um tempo depois ele encontrou as cenas vendeu para outra pessoa e foi eventualmente, reinserida no filme. Então, por um tempo, a única maneira de ver as tomadas censuradas, era vendo uma versão granulada e arranhada em 16 mm editada em um filme de 35 mm, então elas se destacavam um pouco. E milagrosamente, essa copia foi descoberta na Inglaterra. Pois a censura britânica não sacou suas tesouras como os americanos. E assim temos essa bela e intacta copia em nitrato. E essa copia de 35 mm foi restaurada.
E as 29 tomadas de King Kong foram desenterradas e restauradas ao seu lugar de direito no filme, mas outras cenas perdidas podem nunca ser encontradas. E a mais famosa é chamada pelos fãs e peritos de “Seqüência da cova da aranha”.


Diz-se que ocorria entre o momento em que Kong derruba o tronco no precipício e o momento em que Jack Driscoll é atacado pelo lagarto gigante.


No filme, pelo roteiro, alguns dos marinheiros que caíram do tronco nessa fossa sobreviveram no fundo do desfiladeiro e são atacados por várias criaturas assustadoras, insetos e lagartos nojentos gigantes que saem de dentro de cavernas e fissuras para comê-los vivos.


O`Brien disse que ele achava que essa era sua melhor animação.
Na época do filme Merian C. Cooper disse que as cenas haviam sido cortadas porque eram chocantes demais. Mas depois, Cooper revela em uma carta que as cenas foram removidas porque ele admitiu que interrompia a história. E provavelmente foi queimado.
Cooper havia feito isso em outros filmes quando não queria que o filme fosse usado.
A seqüência da cova da aranha permaneceu virtualmente desconhecida por quase 30 anos.
Então, nos anos 60, uma revista popular de fãs de cinema publicou uma foto fascinante.


A primeira vez que se viu a foto da seqüência perdida da aranha foi em um pôster na revista Famous Monsters of Filmland de Forry Ackerman, que era sobre monstros. E ele publicava fotos de King Kong regularmente.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CREATION


Este é o roteiro que foi feito de uma maneira dramática para que as pessoas possam sentir e entender o que o filme Creation poderia ter sido se tivesse sido produzido.


Quarenta graus ao sul do equador, nos mares do sul do Chile não muito longe da patagônia, um iate de luxo, o Titan, lança âncora.
A bordo, esta o dono do iate, o cruel magnata americano Thornton Armitage com o seu filho de seis anos Billy e sua filha socialite Elaine. Juntos na viagem estão o inútil e arrogante noivo de Elaine, Ned Howlett sua imensa e gentil tia Louise e o tutor de Billy, Steve que, eventualmente, se tornará o herói.
Steve esta ensinando o pequeno Billy sobre evolução e Billy compara cada membro da sua família a um tipo de dinossauro. A sua tia o lembra um brontossauro. O seu pai um T.Rex. a instável e sedutora irmã de Billy, Elaine, entra e flerta com Steve. Emocionado pela idéia de Elaine amá-lo, Steve a toma em seus braços. Enquanto se beijam, o seu noivo, Ned Howlett os vê pela porta. Enquanto isso, em uma sala acima a tia Louise chama a atenção para uma tempestade iminente.
A água está calma, mas as nuvens nefastas da tempestade se aproximam. Abaixo, Steve surpreende-se ao descobrir que Elaine considera o beijo como trivial. Furioso, ele ameaça deixar a embarcação. Subitamente, o capitão chega com um aviso urgente sobre a tempestade que se aproxima. E com uma rapidez tropical, a tempestade chega até eles. No mar agitado, eles vêem um submarino mandado pela marinha chilena. Eles mandam um pequeno barco de resgate para salvar o grupo de Armitage. O comandante do submarino interrompe a festa. A única chance de sobreviverem à tempestade é evacuando para o submarino. Armitage zomba da idéia de abandonar o navio mas seus convidados estão obviamente assustados. A distância, uma tromba d´água gigante cobre o céu trazendo destruição. O grupo Armitage chega ao submarino ao mesmo tempo em que o tufão os alcança. O submarino submerge antes que a tempestade traga toneladas de água e ondas do tamanho de montanhas cobrem o periscópio do submarino. O belo iate, tomado pelos tentáculos do tornado de água é arrancado da sua ancora e lançado para longe. As profundezas da terra tremem com um gigantesco terremoto. Do mar, uma imensa saliência rochosa nasce com a água bradando as suas margens. O iate colide com a nova ilha e quebra-se em mil pedaços. Milhões de litros de água são sugados pela cavidade criada pela ascensão do pico rochoso. O submarino gira desamparado para baixo. Um tumulto cria-se na sala de controle enquanto o submarino gira fora de controle. Atingido pela corrente indomável e fora da sua rota o submarino acaba dentro de um barranco subaquático profundo.
A tripulação desamparada e os passageiros abismados olham através de uma escotilha e descobrem água verde repleta de monstros estranhos. O assombro deles é interrompido por uma sacudida súbita quando o submarino fica preso em uma camada vulcânica rochosa. Com a água invadindo, a tripulação e o grupo correm escada acima para a torre de observação. Descobrem que estão em um lago tropical cercado por colinas íngremes. Passaram por cavernas subaquáticas profundas e vieram à tona na base de um vulcão extinto. Com o submarino destruído, decidem explorar esse verdadeiro jardim do Éden e começam a se espantar com a rica selva quando Billy vê algo na lama e chama os outros. Descobrem varias pegadas enormes de animais.
Steve as examina e afirma: “essas são pegadas de dinossauro”. Os outros gozam de Steve e da sua conclusão.
Então, de algum lugar próximo na selva um som estranho é ouvido. Os sobreviventes náufragos viram-se e vêem um terrível bando de dinossauros em um lago próximo. Assustado Steve pede para irem para um local seguro. Howlett contesta. Steve não vai dizer a ele o que fazer. Steve explica que devem usar a inteligência para provar que são  superiores aos seus ancestrais pré-históricos. Mas seu aviso vem tarde demais: um enorme brontossauro ameaça alguns dos marinheiros. Eles correm apavorados. Enquanto abrem caminho pela selva primitiva ficam encurralados entre a parede sólida do vulcão e dois triceratops em uma luta espantosa. A única esperança é ficar em segurança em uma margem no alto, acima do lago pré-histórico apesar da queda abrupta para o rico vale abaixo. Devem encontrar uma maneira de escalar o vulcão para chegar à planície protegida. Eles sobem com dificuldade, explorando a selva cuidadosamente no caminho. Steve e os marinheiros chegam as margens de um rio agitado levando à uma caverna no lado do vulcão. Ele corta um cipó para atravessar para a margem oposta. Mas quando vai descer o cipó se parte e ele cai, chegando por pouco à margem.  Do outro lado o comandante do submarino ordena que derrubem uma árvore e construam uma ponte para atravessar o rio. Quando seus homens retornam à floresta por cipós o som de trovões toma a selva e na clareira aparece um animal pré-histórico enorme, o Arsinoitherium. O monstro gigante do tamanho de 20 elefantes abaixa sua cabeça com dois chifres como desafio. Um dos marinheiros dispara vários tiros. As balas parecem não fazer efeito alem de enfurecer a fera. Steve ouve os tiros e corre de volta para a margem do rio bravio. Do outro lado, a fera enfurecida ataca os homens que correm de volta em direção a seu comandante. Buscam abrigo atrás de uma árvore, mas o feroz animal a arranca pela raiz e a lança para o ar. A árvore cai, esmagando um dos marinheiros no chão. Outro foge para a selva, perseguido pelo Arsinoitherium.
Há alguns metros dali, a fera alcança o pobre marinheiro e o empala em seus chifres.Steve fica horrorizado, percebendo que é incapaz de ajudá-los. A fera derruba os marinheiros da ponte de tronco e vira para perseguir os outros que fogem.
Um dos tripulantes sobreviventes enlouquece ao ver o massacre. Outro reza. O animal feroz corre atrás dos sobreviventes na margem do rio. Para evitar serem mortos pelo monstro arriscam-se contra a correnteza. Eles são levados pela forte correnteza e a caverna os engole quando são atraídos pelas profundezas negras do vulcão.
No ar, dois pássaros carniceiros gigantes répteis nojentos com asas chamados “pterodátilos” observam a cena. Foram atraídos pelo cheiro de sangue e vão depressa para o banquete. O Arsinoitherium supremo retorna para a floresta espantando os pterodátilos para o ar. Um dos pássaros carrega o corpo de um marinheiro caído em suas garras.
Fraco pelo terror, Steve foge para dentro da densa floresta o único sobrevivente do grupo de exploração. Steve retorna para avisar os outros e conta o destino dos marinheiros. Na beira do seu santuário no penhasco Steve e Elaine observam as estranhas feras abaixo. Enquanto ela cobre as suas feridas, ele diz: “É como no principio da vida”. Sua resposta: “Sim é um principio”.
Trinta dias se passam e os náufragos aprendem a sobreviver construindo uma habitação de palmeiras dentro do seu túmulo vulcânico. Um brontossauro se alimentando espia os pequenos humanos no penhasco.
Howlett, sem saber que o grande lagarto só come plantas, pega o seu rifle. E apesar do aviso de Elaine, ele esvazia sua arma no rosto do brontossauro.
Enfurecido, a criatura destrói o abrigo deles com o seu longo pescoço. Howlett se esconde do monstruoso animal e é Elaine que salva o grupo enfiando uma tocha em chamas na boca da fera.
Todos ficam furiosos com Howlett por coloca-los em perigo. Nisso Howlett abandona o acampamento enfurecido. Ele vai embora e entra na floresta abaixo.
Não muito longe, uma família de triceratops pasta em paz. Um dos bebês se separa, explorando como qualquer jovem o faria. Ali, em uma clareira, ele vê um novo tipo de criatura. “Que estranha espécie de duas pernas é essa?”
Howlett pega seu rifle e cerca sua presa inocente. Após avaliar o jovem dinossauro e sua armadura aponta para seu único ponto fraco e atira no olho do bebê. O som do tiro quebra o silêncio e a mãe triceratops ouve os gritos de angustia do seu bebê.
Correndo para o resgate, ela vê Howlett fugindo e o persegue. Howlett se esconde atrás de uma árvore para evitar sua vingança, mas a mãe triceratops derruba a árvore com um golpe o prendendo, antes de furá-lo até a morte com seus chifres.
Steve esta agora no comando. Ele decide que sua melhor chance é consertar o rádio do submarino. Ele mergulha através da estranha e maravilhosa vida aquática e para dentro da brecha no sbmarino. Após varias tentativas, Elaine o ajuda a puxar o rádio das profundezas. No penhasco, Armitage, Benny e Billy aprontam-se elevando uma antena provisória. Com o rádio em pedaços, Steve explica que se puderem encontrar os materiais para substituir um capacitor pode ser que funcione. Uma busca frenética começa e Steve, Elaine, Benny e Billy tentam penetrar na densa floresta.
Após algumas horas, chegam às ruínas de um templo antigo. Encontram um imenso tesouro de ouro, diamantes e rubis riquezas além dos seus maiores sonhos. Mas o único tesouro que buscam é um condutor de corrente elétrica para o radio. O macaco de estimação de Elaine, Chico, foge para o galho de uma árvore.
Quando ela tenta alcançá-lo, as rochas cedem sob seus pés e ele cai, inconsciente, nas ruínas abaixo. Steve corre até ela, mas acaba perseguindo um enorme pterodátilo que desce e carrega Elaine em suas patas. O pássaro pré-historico coloca Elaine no chão e começa a bicá-la com o seu bico afiado. Steve corta um cipó e salta no ar atravessa a fossa, empurrando o pássaro gigante para longe de Elaine.
Elaine está atordoada e ferida mas à salvo nos braços de Steve. Subitamente, vindo da floresta aparece um gigantesco estegossauro. Ele bloqueia sua única saída. Eles estão encurralados em um desfiladeiro estreito. O único caminho é através do templo em ruínas.
Para o seu pavor, o estegossauro os persegue incansavelmente sibilando de ódio. Como se as coisas não pudessem ficar piores dentro do templo do deus sol, bem a sua frente esta a fera mais mortal do mundo antigo o Tiranossauro Rex. Virando-se para fugir de volta pela entrada estão presos entre as duas feras pavorosas. Sem ter para onde ir, seus destinos estão selados. Preparam-se para morrer. Mas os dois répteis espreitam-se e distraem-se por um momento permitindo que o grupo corra por suas vidas. Enquanto fogem, eles assistem uma batalha fantástica. Chicoteando com sua cauda de pontas o estegossauro crava o tiranossauro.
O Rex ergue-se, tentando encontrar um ponto fraco no seu inimigo armado.a cauda chicoteante do estegossauro derruba parte do velho templo. Mas não pode evitar que o Rex pule nas suas costas e arranque uma de suas pernas.
Os sobreviventes olham para trás mais uma vez enquanto o tiranossauro despedaça o estegossauro para alimentar os seus bebês. Enquanto Rex lambe seus lábios sangrentos Steve, Elaine, Benny e Billy fogem.
Parando às margens do lago, eles encontram o macaco de Elaine, Chico que recuperou uma jarra do templo. Billy vai enche-la com água. Ele reclama que o lago esta quente. Steve vê borbulhas de vapor emanando da água. Seus corações enchem-se de medo será possível após esses anos todos que esse vulcão volte a atividade?
Mas o que é isso? Que milagre!
A jarra que o macaco trouxe pode ser convertida na preciosa e necessária peça para o rádio. De volta ao acampamento, os últimos sobreviventes são sacudidos por uma série de terremotos vulcânicos. Em velocidade relâmpago Steve começa a trabalhar criando um gerador e preparando o capacitor em uma ultima tentativa desesperada de resgate.
Os rugidos de pavor das feras selvagens misturam-se ao assovio do vapor enquanto lutam cegamente para escapar da água fervente e dos gêiseres.
O pequeno Billy prende um fio à antena e olha atentamente para as feras enlouquecidas perambulando com pavor. Não há tempo a perder. Eles se revezam carregando o gerador manual. Steve tenta desesperadamente conseguir uma fagulha para mandar sua mensagem. Abaixo, o lago cospe lava como um reflexo do caldeirão fervente sob a superfície. O pequeno Billy desmaia do calor insuportável. E pior ainda, assim que Steve transmite seu fraco sinal um pterodátilo batendo suas asas para escapar derruba a antena e o pasaro cai para o vale a baixo levando junto o rádio e a última chance deles de escapar.
Os monstros lutam e brigam em uma tentativa trágica de escapar do vulcão em erupção. Pedregulhos voam das cavernas e caem sobre qualquer coisa no caminho. Elaine e Steve em frente à destruição certeira percebem seu amor e descobrem esse momento de felicidade tarde demais. Delirante, Billy começa a murmurar. “Estou ouvindo motores!”
A lava incandescente chega à árvores e a selva é consumida por chamas. Feras enormes, presas, são queimadas vivas.
Billy chama Steve: “Consegue ouvir os motores?”
Circulando no ar, dois pequenos pontos se aproximam. Aviões de resgate ouviram o SOS e aterrissam no lago fervente resgatam os náufragos e decolam logo antes da ilha explodir furiosamente jorrando lava quilômetros no ar e selando o mundo de 10 milhões de anos abaixo.
O poder da mente do homem e da sua esperteza sobreviveu ao que as mais poderosas criaturas não puderam.
Á salvo em terra firme Armitage é o centro das atenções. Ele conta as suas historias de dinossauros e vulcões em erupção. Ninguém acredita quando vindo do nada um pterodátilo gigante, cansado de seu longo vôo cai no chão em sua frente. Armitage pisa no pescoço da criatura e sorri triunfante.
Steve e Elaine riem juntos enquanto ele coloca seu braço ao seu redor e desaparecem gradualmente.

Fim.


WILLIS O´BRIEN E CREATION


O projeto de Willis O`Brien que não foi produzido e que é mais associado com King Kong é um projeto chamado de Creation.

Creation foi um protótipo para King Kong. Nunca foi terminado como um filme completo, mas tinha muitas das idéias que acabaram ganhando vida em King Kong.
Creation era um projeto novo na RKO que seria a coisa mais ambiciosa que O`Brien havia feito.
O`Brien estava trabalhando em um abrigo no canto dos estúdios da RKO em seu projeto privado. E estava gastando muito do dinheiro do estúdio.
Creation provavelmente teria custado mais de um milhão de dólares. Teria sido o filme mais caro da RKO. Mas com a depressão ficando pior e pior a cada dia descobriram que não haveria jeito de vender ingressos por 10 centavos para ter lucro em um filme de um milhão. RKO tinha investido mais de cem mil dólares o que naquela época era muito dinheiro. Um grande filme em 1933 custava dois mil dólares. E cem mil dólares foram gastos filmando alguns minutos de Creation. RKO estava à beira da falência e David O.Selznick o chefe do estúdio trouxe Merian C. Cooper como produtor executivo para, basicamente, olhar de perto os filmes que a RKO estava produzindo.
Cooper veio até Hollywood e disse a Selznick diretamente: “virei ajuda-lo, mas quero fazer o meu filme do gorila”.
Existe um memorando famoso que onde ele, após assistir Creation basicamente disse que odiou a historia. Ele odiou as filmagens que tinham de Creation. Mas ele teve uma idéia, como uma luz. E ficou claro para Merian C. Cooper que finalmente Willis O`Brien havia fornecido a eficiência técnica para produzir o que, até então era só uma idéia.
E decidiram... O que deve ter sido um golpe para Willis O`Brien decidiram cancelar a produção.
Preocupado em não perder os anos de trabalho gastos em Creation, Obie criou designs para convencer Cooper de que animação em stop-motion poderia fazer o seu macaco gigante aparecer do tamanho que quisesse. O que ele não sabia é que Cooper já tinha planos de usar a equipe, as técnicas e as miniaturas de O`Brien para ajudar a levar sua historia então chamada The Beast, às telas.
E existe um documento bem interessante que sobreviveu que é o contrato de Willis O`Brien, é o período onde ele larga Creation e assina o contrato de King Kong. The Beast misturou-se com Creation e tornou-se King Kong.
Muitas cenas de Creation e desenhos da produção acabaram transpondo-se para King Kong.
Creation teve um papel bem dinâmico em King Kong, pois todos os elementos da Ilha da Caveira foram criados para Creation. A cena do tronco em King Kong foi na verdade criada para Creation. Existem desenhos conceituais de Creation que mostram uma criatura chamada Arsinoitherium derrubando pessoas de um tronco em uma fenda. E  existe também uma foto do Arsinoitherium e do tronco com marinheiros no tronco. Há também o pterodátilo levando a garota. Eles aviam construído um numero considerável de criaturas de dinossauros para Creation. E eles são os dinossauros que aparecem em King Kong.
Então o Tiranossauro foi na verdade, construído para Creation, assim como o Estegossauro e o Pterodátilo e quase todos os habitantes da Ilha da Caveira exceto o próprio King Kong.
E infelizmente tudo o que sobreviveu são só quatro minutos de filme, uma síntese da historia e algumas imagens.




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Os efeitos especiais de King Kong

                                    

Quando King Kong foi produzido à área de efeitos especiais estava na sua infância e o que Willis O`Brien esperava atingir com Kong não tinha precedente.
Através de inspiração e invenção, O`Brien e sua equipe criaram imagens como nada que o publico havia visto antes. Kong foi um filme sem precedentes. Foi o principio real do grande espetáculo no qual efeitos especiais eram usados para conduzir a historia para criar o personagem principal do filme e para criar não só o espetáculo, mas também emoção.
King Kong foi a primeira vez que um personagem animado foi uma parte principal da produção.
Uma das razões pela qual é um filme fantástico é pela mudança do astro que essa coisa de espuma e pêlo de coelho é capaz de fazer na tela. Você acredita nele e tem cenas bem comoventes onde diz:”Ah, isso é... È bem... É como se quem estava dirigindo, estivesse dentro dessa marionete”.  
E o que é genial em King Kong é que ele não é uma marionete. Ele não é um efeito especial. Ele é um dos maiores personagens que já ganhou vida em uma tela de cinema. Você vai achando que vai ver esse monstro destruindo Nova York e acaba sentindo pena dele quando ele é morto. Pois ele e um efeito visual tão bem feito e essa foi a primeira vez que isso aconteceu.

Kong foi o resultado de uma colaboração, mas se Willis O`Brien não tivesse feito bem o seu trabalho, o que o resto fez não importaria. Pois o conceito todo daquilo foi:” Vamos fazer a platéia acreditar que esse macaco é real”.
Quando Cooper e Schoedsack estavam fazendo King Kong queriam manter um certo grau de segredo. A produção foi em segredo especialmente no que se referia aos efeitos especiais. Eles não queriam que as pessoas fossem ao cinema achando que a Oitava Maravilha do Mundo tivesse 45 centímetros de altura.
A informação divulgada ao publico estava completamente errada. Como um homem vestido de gorila escalando um prédio. Fay Wray recortada e colocada na mão quadro à quadro. Mas nenhuma dessas coisas foram como eles realmente fizeram.
Não só não queriam que as pessoas soubessem como foi feito mas também não  permitiram nenhuma filmagem de bastidores nas salas de animação. Por isso não existe nenhuma entrevista com Willis O`Brien, e é triste pois ninguém sabe quais foram suas idéias, o principio do seu trabalho e quais foram suas motivações.

King Kong foi meio que desenhado em grupo. Pois havia a esse conflito no qual O`Brien pensava: “Bem, acho que ele deve ser mais humano”. E Cooper achava:”Não, ele deve ser mais como um macaco”. E Cooper sendo o produtor, acabou vencendo.
Quaisquer adaptação é o que da a Kong a sua personalidade e seu status de astro. Pois ele é um astro de cinema.

As marionetes de Kong, assim como muitas das árvores em miniatura os dinossauros e todo o resto foram feitos por Marcel Delgado.
Ele era um garoto que estudava no Art Center e O`Brien o descobriu.
Ele conheceu Marcel em um super mercado e acabou vendo seu trabalho. Delgado foi relutante em ir trabalhar com O`Brien pois ele não achou que o trabalho fosse durar. O`Brien ofereceu a ele trabalho em o Mundo Perdido varias vezes e Marcel disse:”Eu não quero trabalhar nisso. Não quero filmes. Tenho um bom trabalho no mercado”.
E O`Brien teve que seduzi-lo com uma oferta de U$ 75 por semana para vir esculpir para ele. E mesmo assim, Delgado não queria aceitar até que um dia ele viu a oficina. Ele entrou e O`Brien disse:”Esta bem aqui, isto é tudo seu. Faça o que quiser”.

O realismo da marionete de Kong feita por Delgado foi essencial para o sucesso dos efeitos visuais do filme. Mas antes que Delgado pudesse esculpir o corpo de Kong, Willis O`Brien teve que desenhar e fabricar a armação da marionete. Uma armação é o esqueleto de metal que determina a forma básica de uma marionete de stop-motion e fornece as juntas articuladas que permitem a marionete se mover.
O departamento de apoio normalmente fazia as armações, mas porque Kong não tinha o apoio total do estúdio eles fizeram à primeira armação em segredo.
Willis O`Brien desenhou a coisa toda, ele era como um engenheiro, além de outras coisas. Então ele teve que inventar isso, pois nada como isso havia sido feito antes.

Ela era uma bela armação e a melhor que se podia encontrar.
Com a armação completa, o corpo de Kong foi construído por cima camada por camada com o processo de construção do látex usando malha de algodão e barbante.
Normalmente se usava uma proteção dentária de algodão na armação e usava-se linha de costura para amarrar o algodão. Basicamente criava-se os músculos moldando o algodão dentário ao redor do esqueleto.
E em baixo do pelo de Kong, existe um completo personagem com armação com todos os músculos. E às vezes colocavam mecanismos para respiração dentro deles. Como pequenos diafragmas de bola de futebol. E a razão para isso é que pode lentamente ser inflado ou esvaziado e quando isso esta no seu corpo, eles podem quadro a quadro fazer parecer como se estivesse respirando. E o algodão era coberto por uma borracha de látex para criar a pele final.
Produzir e manter o rosto de King Kong apresentou desafios especiais para O`Brien e Delgado. Pois ele tinha vários rostos diferentes. Ele muda muito durante o filme e às vezes ele parece bem esfarrapado. As luzes quentes e o próprio trabalho eram prejudiciais ao tipo de borracha da qual King Kong era feito. Pois era tudo feito de borracha e algodão dental e tudo mais, e tinham que reconstruir. A cada dois dias tinham que reconstruí-lo. Pois era um processo de construção ao invés de moldagem e ficava diferente a cada vez. E havia também varias armações diferentes para King Kong e elas tinham diferenças. Pois Kong tinha duas escalas diferentes.
Na selva da Ilha da Caveira ele devia ter uns 5,5 metros de altura. E Cooper disse: ”Já que Nova York é grande, o macaco deve ser maior”.
Uma versão de 60 centímetros de Kong foi feita para as cenas em Nova York aumentando a altura de Kong de 5,5 para 7,3 metros.
Apesar das historias variarem, sabe-se que, no total foram construídos pelo menos três marionetes de Kong. E fizeram algumas marionetes para simplesmente realizar a quantidade de tomadas que tinham. Se tiver mais marionetes de King Kong podem ter animadores diferentes filmando tomadas de Kong ao mesmo tempo. E as diferenças entre as marionetes é bem evidente na cabeça. Existem dois rostos diferentes e o chamavam de “rosto curto” e “rosto longo”.
O rosto longo é o que luta com o tiranossauro e derruba os homens do tronco. E é justamente essa marionete de rosto longo que ainda existe hoje.
Então fizeram uma segunda marionete que tinha um rosto mais arredondado.
O pêlo de King Kong provável mente foi feito com pêlo de coelho. E quando se vê a animação o seu pêlo esta sempre eriçando. Isso é porque aquelas são as mãos de Willis O`Brien movendo a marionete e faz o pêlo mover-se. E o engraçdo daquilo foi algumas pessoas no estúdio disseram: ”Nossa isso não é bom”.
E quando o filme foi lançado um tritico disse:”Esse filme é tão realístico, que pode-se até ver o pêlo eriçando nas costas do macaco. Que coisa fantástica!”.
E então o estúdio disse:”Não, é ótimo, nós adoramos. Esta ótimo”.
Com as marionetes de Kong prontas para a câmera Willis O`Brien trouxe as suas criações à vida com o processo de animação stop-motion que ele havia passado quase 20 anos aperfeiçoando. Ele estava inventando algo fundamental, aquela coisa fantástica de recriar vida à 24 quadros por segundo. E ele é um desses homens que se sentou em sua oficina e descobriu isso. Essas coisas que claramente não eram marionetes com cordas ou movidos por varas sob a mesa ou pessoas em fantasias engraçadas mas que pareciam ter vida própria.
Pode-se dizer que o processo de animação stop-motio, na sua forma mais básica não mudou nem um pouco desde que foi inventado. O esqueleto, ou armação, por dentro é forte o suficiente para manter a posição. Então se mover um braço da marionete vai mover, mas vai manter a posição a onde ela esta. A maneira de dar movimento à marionete ou trazê-la a vida é registrar um guadro do filme e movendo a marionete registrando outro quadro do filme e uma serie sucessiva de quadros dará a ilusão de que ele esta se mexendo. Que é justamente o mesmo principio do desenho animado. Só que ao invés de usar desenhos se usa um modelo.
Animação stop-motion é muito trabalhosa. É um trabalho duro. É um exercício. Mas um dos truques da animação stop-motion é que tem que filmar cada um dos quadros.
Pense em um minuto de filme, se filmasse normalmente. Quanto tempo leva para filmar um minuto de filme? Um minuto, certo?.
Em stop-motion, são 1.440 quadros que você precisa registrar. 1 minuto = 1440 quadros e se estiver indo bem rápido, você consegue fazer 10 quadros por hora. Então se calcular, aquele mesmo minuto em animação por stop-motion pode levar até 150 horas. Só para conseguir um minuto de filme.
E se houver um erro? E se a câmera não funcionar? Ou talvez estejam cansados e disseram: “registramos o quadro ou não? Eu não me lembro, registramos duas vezes?”.
Essas são as fragilidades humanas que influenciam a criação dessas imagens. Isso é algo que teriam que enfrentar. Às vezes, esses homens na equipe de Kong intencionalmente se estivessem de ressaca eles quebravam uma armação para não tarem que ir trabalhar e mandavam para a oficina de maquinas para consertarem.
Alem da marionete, a ferramenta mais importante do animador de stop-motion é o medidor de superfície. O medidor de superfície é uma ferramenta que metalúrgicos usavam para alinhar varias peças antes de começarem a cortá-las no torno ou moedor.
Animadores adotaram o medidor para marcar pontos de referência que monitora o progresso das suas animações, ai retira eles e registra o quadro e os coloca de volta, registra aquela posição e move para a próxima posição. E ocasionalmente são esquecidos. Você está criando uma performance um quadro por vez. Pois não é como animação convencional ou no computador, onde você pode assistir. Você faz e vê o resultado final quando o filme for processado e o devolverem. Se houver uma parte no meio que não está funcionando siguinifica que tem que fazer de novo, um quadro por vez.
A analogia é como dizer a um ator que ele tem que acertar na primeira tomada. Talvez possamos fazer uma segunda tomada mas vamos usar a primeira ou a segunda tomada. E era assim que era com animação stop-motion. Filmagem stop-motion não é para qualquer um. Existe apenas um pequeno grupo de pessoas que consegue agüentar a pressão da paciência.
É muito difícil fazer stop-motion porque você tem que fazer tudo de uma vez. Você não pode parar e vir acender a luz e voltar, porque tudo muda. Por isso eles aprenderam bem cedo que não podiam parar, as luzes não voltavam com a mesma intensidade. Tentaram fazer tomadas em um dia, o que é uma coisa difícil de fazer. E é tudo feito como uma forma de arte, feita no escuro por uma pessoa. Só para uma tomada o animador fica no mesmo lugar por umas 10, 12 ou 15 horas apenas concentrado e quando vê tem esse nível de concentração comparada a um tipo de meditação.
A cena em que King Kong estava lutando com o Tiranossauro eles só fotografavam talvez dois ou três segundos, daquela cena por dia, as vezes menos. Nesse ritmo O`Brien e sua equipe levaram sete semanas para completar a animação da luta de Kong contra o T. rex.
As vezes é difícil completar uma tomada mas o que os faziam continuar era ver aquela filmagem no dia seguinte. Quando um objeto que era inanimado subitamente toma vida. E tinha que ser extremamente criativo e um artista muito bom para fazer corretamente, porque tem que entender como as coisas se movem. Atua-se muito em frente a um espelho e é como: “Acho que devia fazer isso” e bate no peito e descobre como levava três segundos para fazer isso e significa que, a 24 quadros por segundo, isso deveria estar aqui nesse ponto.
Estudar os movimentos de um gorila isso é ótimo, você tem que fazer isso porque é um gorila em aparência. Mas o que fez ele ser um super-gorila? O fato de que ele bate no T. rex. O agarra e o joga sobre seu ombro pode-se ver claramente o histórico de O`Brien como boxeador e o seu interesse em luta transparece naquela cena. Tem até uns socos surpresa que ele dá no T. rex também dos seus velhos tempos como boxeador onde ele acerta ele. E ao matar o T. rex ele vira um macaquinho e começa a brincar com sua mandíbula. Ele o matou e esta brincando com ele. O que motivou o ator Willis O`Brien a fazer isso? Essa é a maneira como ele pensa e foi brilhante.
Não é só pensar em: “O seu braço tem que estar aqui nesse quadro e aqui naquele”. Tem que pensar porque esta movendo seu braço, o que está fazendo com ele e o que sua cabeça esta pensando e tudo isso. Na verdade, os animadores são atores à 24 quadros por segundo. Ele tem que se projetar de certo modo, para dentro dele e essa é a maravilha da técnica de Willis O`Brien da figura única.
Darlyne O´Brien, sua esposa , dizia que podia ver muito de Obie em Kong.
O senso de humor de O`Brien é parte do que deu personalidade em Kong, o que é tão importante e o diferencia de ser apenas um monstro furioso comum.
Uma coisa muito interessante foi na seqüência do elasmossauro. Ele coloca Ann num pequeno esconderijo e vai embora. E o elasmossauro vem subindo pela rocha e ela grita. E corta a cena para Kong virado de costas. Então O`Brien criou algo que o motivou a estar virado de costas. Não da para ver a menos que assista quadro à quadro. Mas ele está abaixado e esta pegando uma flor e a cheirando e presume-se que ele vai dá-la à Ann. Mas assim que a ouve gritar ele se vira. Não é nem algo para a audiência notar. É só uma coisa para o ator ou nesse caso, Kong usar como motivação.
E como qualquer ator, Kong precisava de um palco para atuar. Para ele foi uma serie de mesas de madeira compensada. Haviam muitos furos feitos na superfície da mesa porque uma marionete animada, precisa prendê-la ao chão onde ele caminha. Por isso tem esses tié-downs é como são chamados onde os pés ficam presos porque quando move a marionete se põe muito peso e força movendo a marionete de juntas duras e é preciso que o seus pés fiquem presos na mesa.
Na luta com o T. rex, o Tiranossauro está pulando e tem a cena onde Kong o gira. E nesse tipo de coisa, eles tiveram que pensar em uma maneira de suportar o peso dos modelos e move-los um quadro por vez. E se assistir quadro por quadro da para ver alguns suportes que usaram para evitar que caíssem durante a filmagem.
Na maioria das vezes a mesa de animação estava parcialmente decorada com um cenário miniatura cuidadosamente criada como a vegetação da selva de Kong.
As selvas de Kong são as mais legais que já se viu em um filme.
Eles buscaram um estilo como Gustave Doré onde as imagens em primeiro plano são escuras e as de fundo são claras. Os fundos são brilhantes e as selvas como catedrais. Um visual que é bem de um livro de histórias.
Eles criaram uma técnica especifica para criar arbustos, árvores e rochas.
As rochas e formações de terreno foram feitas de gesso. E as árvores foram feitas de hastes de madeira cobertas de argila e papel de seda laqueado e os arbustos foram feitos com uma combinação de plantas reais posicionadas e certas coisas como palmeiras e samambaias foram cortadas de cobre bem fino. Eles tiveram que colar cuidadosamente todas as pequenas folhas e todos os pequenos cipós e pequenas videiras. Tudo que se vê, tiveram que construir, pintar ou criar com os mínimos detalhes.
O`Brien também usou muitas pinturas de fundo, pinturas que criam a ilusão de profundidade sem os custos de construir sets tridimencionais.
Pinturas feitas em vidro fornecem elementos em primeiro plano. O que existe em uma tomada típica de King Kong são uma ou duas camadas de vidro em frente à câmera com partes adicionais da selva pintada. Como por exemplo cipós, laterais de árvores ou vegetação pendurada. E a câmera fotografa através dessa pintura até o set para criar essa sensação de uma selva profunda e densa que continua indo mais e mais e mais infinitamente.
Em muitos casos, não se usou uma pintura em vidro, mas usou um cenário na frente. Mas era meio inconveniente, principalmente para iluminação se tiver todas as camadas construídas fisicamente, pois elas têm dimensão. Então se construir apenas um ou dois elementos físicos e as camadas na frente disso forem apenas pinturas e vidro isso significa que pode colocar luz entre elas. É muito mais fácil de iluminar.
As pinturas de King Kong foram feitas por uma equipe de artistas talentosos que incluiu Byron Crabbe, Henri Hillinck e um homem que continuaria a  trabalhar ao lado de O`Brien pelos próximos 20 anos.
Mario Larrinaga era um ótimo artista no departamento de arte da RKO e quando O`Brien começou a trabalhar em Creation ele descobriu os seus talentos e o levou para a sua equipe.
O que fizeram em Kong, que foi descoberto estudando as fotografias é que eles não só pintaram em vidro mas às vezes decoravam por cima do vidro. Na base, colocavam pequenos arbustos ou um pouco de folhagens silvestres. E assim tinham um elemento tridimensional para iluminar.
De algum modo, a técnica de pintura em vidro deu um visual distinto ao filme. E então, bem no fundo tinha uma pintura que era o fundo distante.
As varias pinturas e miniaturas de mesa são unidas no estúdio para formar o ambiente tridimensional onde Kong vive.
O cenário típico de Kong teria um vidro em primeiro plano com bordas de selva pintadas ao redor, uma mesa com árvores e arbustos em miniatura. E talvez mais miniaturas da selva que finalmente mistura-se com uma pintura em perspectiva no fundo assim esses cenários de mesa poderiam ter de 2 a 2,5 ou 3,5 metros de profundidade.
Não era uma selva real, era a selva da imaginação. É um lugar muito mágico. Essas selvas pareciam prontas para gerar vida pré-histórica que Willis O`Brien e sua equipe tornaram realidade.
Mas trazer Kong à vida e fazer sua selva em miniatura convincente era apenas o começo do que O`Brien esperava realizar. Sempre foi um sonho de diretores pegar uma cena e colocar diretamente sobre um fundo. Então Willis O`Brien inventoy muitas técnicas para como pegar suas criaturas de stop-motion e misturá-las com atores filmados. A idéia de ser capaz de criar um filme dependendo totalmente dessas técnicas era algo completamente novo.
Existe uma variedade de técnicas diferentes apresentadas no filme e algumas delas são incrivelmente inovadoras. Porque eles não queriam perder qualidade e não haviam técnicas de duplicação que existe hoje eles tinham que fazer muitas coisas em câmera.
Os efeitos em câmera mais simples foram feitos expondo parte do filme e rodando o mesmo filme pela câmera outra vez para expor a outra parte com uma imagem diferente. E o processavam e torciam para que não houvesse nada de errado, que seria uma tomada.
Para tomadas mais complexas combinando filmagem com animação O`Brien usou o processo Williams ou o processo Dunning para produzir o que se chamam “traveling mattes”. Era uma maneira de filmar um ator contra um fundo de cor neutra e então cortar fora aquele fundo e colocá-lo em outro fundo.
O processo Dunning usava um sistema de iluminação azul e amarela filtrada e fotografada em filme preto e branco. Carregando duas tiras de filme na câmera ao mesmo tempo um procedimento chamado de “bipacking”. A imagem final composta era criada na câmera.  E foi usado em King Kong em várias tomadas.
Uma delas é com o avião se chocando com o Empire State Building e os nativos correndo em primeiro plano quando Kong esta lutando com os guerreiros no andaime na Ilha da Caveira.
O processo Williams era parecido com o Dunning mas porque não precisava de luzes de cores especiais podia ser usado para tomadas mais abertas. Kong derrubando os homens do tronco é com o processo Williams e abrindo os portões na vila dos nativos. Os elementos são combinados em uma copiadora ótica ao invés de serem combinados na câmera.
A copiadora ótica era uma coisa nova quando King Kong foi feito. Sincronizava um projetor com uma câmera para que varias tiras de filme fossem combinadas em uma única imagem. Linwood Dunn, do departamento de efeitos fotográficos da RKO havia contruido uma parte do estúdio e queria provar que funcionava.
Lynn Dunn ouviu falar de King Kong, veio e se reuniu com Willis O`Brien e disse: “você não precisa carregar dois filmes na câmera temos uma copiadora ótica e podemos fazer cópias para você”. Foi algo que o Linwood Dunn teve que convencer O`Brien que não precisava compor na câmera.
Quando faz o trabalho na câmera, cada vez que um elemento está errado, a tomada toda fica ruim. Se usar a copiadora filma cada um dos elementos, o primeiro plano, a animação da marionete, o fundo em filmes separados e então os une um por vez na copiadora ótica. Era um sistema bem complexo no inicio de King Kong e pode se ver no filme onde partes do filme estão sangrando através das bordas da sua janela móvel, ou seja da para ver partes de uma imagem sobreposta a outra. Mais isso não importa pois nada disso diminui a magia do filme.
Outro truque para combinar atores com animação era chamado de “projeção ao fundo”.
Tinha um set com seus atores e se colocava uma grande tele atrás deles como uma tela de cinema. E por trás dela tem um projetor, e esse projetor projeta uma imagem na tela. É projetada por trás da tela e a tela tinha que ser transparente. O efeito é que o que estiver naquela tela é agora o ambiente onde estão os seus atores.
Desenvolveram um novo tipo de tela, chamada de “tela Saunders” em King Kong, e foi usada pela primeira vez nas cenas onde Fay Wray está na árvore e King Kong e o Tiranossauro estão lutando ao fundo. A animação foi filmada primeiro e então foi projetada em uma tela e Fay Wray está na árvor reagindo a ela. A vantagem da projeção do fundo é que o ator pode fisicamente interagir com a marionete animada em tamanho real. Eles não têm que usar a imaginação. Não têm que pensar: “lá esta um monstro gigante”. Não, pois estão vendo ele.
Um bom exemplo, quando a tripulação do Venture encontra o Estegossauro a projeção de fundo cria o efeito extremamente convincente por causa da coordenação e da coreografia entre os atores e o que foi filmado projetado na tela, porque o que foi filmado na tela foi o Estegossauro e a bomba de fumaça caindo e explodindo. Aquilo já estava no filme. Então os atores podiam assistir e sincronizar quando atirassem a bomba. E porque estavam coordenados assim foi como:”aconteceu de verdade”.
Muitas dessas técnicas que ele usava de uma maneira nova já eram usadas em filmagens reais. Mas em uma jogada de gênio, O`Brien desenvolveu uma utilidade completamente nova para projeção de fundo que podiam ser colocadas à um quadro por vez assim como a animação. O bom da projeção miniaturizada de fundo é poder usar uma filmagem real que filmou e projetá-la em uma pequena tela montada na miniatura então compor uma tomada em frente a câmera. Essa projeção era feita um quadro por vez e então avança um quadro no projetor e faz a animação na frente, fotografa avança um quadro no projetor outra vez e assim por diante. Mas o desafio era como impedir que um filme projetado derretesse ou pegasse fogo e destruísse tudo, por isso tinha um ventilador mandando ar frio para o filme e mantendo o filme resfriado para que não queimasse ou derretesse. Assim o filme podia ficar ali por horas. Um outro truque que também foi usado na época era quando queriam que uma criatura passasse por trás da tela de projeção. Se pensar nisso, se tiver projeção por trás e a criatura passar na frente da imagem vai se ver a sombra da criatura na tela de projeção. Então a maneira que se usou para contornar isso foi colocando o projetor em um ângulo de 90 graus com a tela. Assim a imagem é refletida do espelho para a tela o que significa que a criatura pode andar por trás da imagem projetada porque nunca vai ficar na frente do projetor.
Através da lente da câmera se tinha uma performance real literalmente na mesma tomada como uma performance animada em stop-motion e eles interagem. E com essas técnicas eles puderam fazer tomadas bem complicadas. Um dos mais belos exemplos é quando Jack Driscoll está na caverna abaixo da beira do precipício e Kong está tentando
Pegá-lo e vemos uma miniatura onde Kong está atuando com uma pequena tela dentro da caverna com uma imagem de Jack Driscoll projetada na tela e foi assim que conseguiram aquela bela interação entre Kong e o ator.
Mas também pode, se for esperto fazer uma ligação entre algo acontecendo na projeção e algo na miniatura. Onde ele coloca Ann em cima da árvore morta quando ele vai lutar com o T. rex, muda de uma marionete de Ann em sua mão para uma Ann projetada que já foi filmada e um cenário daquele galho. E tem que ser esperto para que a marionete de Ann fique na frente do projetor naquele momento e então troca de uma para a outra.
Em muitas tomadas abertas, é claro foi necessário usar uma pequena figura de Fay Wray que tinha cerca de 7 a 10 centímetros de altura. Nas tomadas mais fechadas, construíram uma mão gigante para mostrar a Fay Wray com suas roupas sendo rasgadas pelo gorila. Eles filmaram uma tomada de Fay Wray nessa mão em tamanho real e sua roupa senda rasgada por fios. E aquilo foi projetado por trás do gorila em miniatura e sincronizado para parecer que Kong estivesse rasgando suas roupas. Então existem muitos processos diferentes usados. Tentaram usa-los para que não veja sempre a mesma técnica e a mistura, o que dá uma variedade dos diferentes ângulos para edição. Uma das coisas fantásticas em King Kong são as diferentes técnicas que aparecem em uma tomada. Particularmente na seqüência da caverna onde Kong luta com o plesiossauro temos todos esses elementos juntos ao mesmo tempo. Nesse efeito visual sem precedentes O`Brien incorporou pinturas de fundo, sets em miniatura, água real, pedras em primeiro plano com lama borbulhando, fumaça, animação de marionete stop-motion e duas telas em miniatura projetadas com atores reais.
Artistas de efeitos visuais muito talentosos olharam isso e disseram: “não sei como fizeram”.
É muito, muito, muito complicado. E naquela época aquilo era bem planejado para que pudessem fazer e acertar provavelmente de primeira.
As técnicas revolucionarias de O`Brien lhe renderam uma patente em 1933. ele tem uma patente chamada: “Aparato para produzir filmes” que tem todas as coisas que ele fez em Kong tudo misturado junto em um dispositivo patenteável.

Por isso fazer filmes hoje em dia é coisa de preguiçoso se comparado ao cinema de efeitos especiais de 1933. Aquilo era trabalho de arregaçar as mangas e trabalhar duro.

Eu espero que o stop-motion não morra. Ela tem algo especial. Não necessariamente realística, às vezes, mas ela tem algo mágico. Algo relacionado com sua aspereza e o fato de que essa gente fez isso quadro à quadro dessa maneira.
Basicamente, você tem que saber o que está fazendo, planejar bem e ter nervos de aço quando aproximar-se daquela mesa de animação.

O Kong original inspirou Ray Harryhausen e Ray Harryhausen inspirou outros a se tornarem animadores.

Como disse Newton quando escreveu Principia: “Eu vi mais longe que outros homens porque estive nos ombros de gigantes”. Bem, gente como os últimos filmes de Ray Harryhausen ou Nightmare Before Christmas (O Estranho Mundo de Jack), eles fizeram o que fizeram porque estavam nos ombros de Willis O`Brien.

Foi uma nova Bíblia, pode-se dizer, de fazer filmes de: ”Ei, podemos fazer isso, podemos fazer um grande animal correr”.

Abriu a porta para se fazer todo o tipo de filmes de fantasia e ficção cientifica, mas eles têm que agradecer ao Kong por isso. Todas essas técnicas que ele criou levaram aos sucessos de Hollywood que conhecemos hoje e criaram o ramo de efeitos especiais.

Ele inventou técnicas e métodos que antes da computação gráfica animadores e profissionais em efeitos especiais continuavam desenvolvendo.

Essa foi uma época de pioneiros onde haviam poucas pessoas que entendiam o que eram filmes e muito menos qualquer coisa relacionada com a complexidade de efeitos visuais.

E é isso que é genial em Willis O`Brien. Ele estava sonhando e desenvolvendo os conceitos básicos de como efeitos visuais funcionam, e que são usados até hoje.

As ferramentas agora são digitais, estão no computador, mas os conceitos são os mesmos que naquela época.
Willis O`Brien foi um gênio por olhar para um quadro de filme e ver como poderia dividi-lo e como poderia projetar por trás ou como poderia inserir imagens no topo de uma maneira que foi muito além do que qualquer coisa havia ido antes. “Como posso usar lentes, composição e miniaturas para levá-los a um lugar que não poderia ir de outra maneira?”

Nós nos lembramos do monstro de Frankenstein do filme de James Whale. Nós nos lembramos de Quasimodo de O Corcunda de Notre Dame. E nós nos lembramos de Kong, e Kong é o único desse grupo de grandes personagens das telas que não é um ser humano atuando. Mas sim um efeito especial efetuado por uma marionete de 45 centímetros e pelo homem manipulando a marionete de 45 centímetros.

Que conquista notável que é isso. É a prova de que um filme é o que é não pela perfeição dos efeitos, mas pela soma total da imaginação e da emoção colocada no filme.